Final de estação
⊆ 05:44:00 by Aline Gallina | ˜ 3 ponto e vírgulas »É final de estação.
As árvores e o céu não são os mesmos:
Pairam intenções com intervalos preto e branco
Vagas como a saturação de escolhas
E o vácuo do tudo ou nada.
A menina arranca fio a fio os excessos do quintal.
Mãe e boneca comentam o vento,
Que carrega os cabelos loiros
Junto às folhas que varrem o caminho.
Jorram mato e menina para todos os cantos,
Enquanto as roupas do varal regam o canteirinho
De flores amarelas e lilás.
O cheiro é de inexplicação ou falta de controle
Tanto mãe, menina e boneca
Suplicam por tempo, longe de seus destinos.
Hora de girar o corpo para a direita:
Sempre neste sentido
Que segue rumo à varanda
Para que possa -
Ao lembrar da necessidade -
Reconhecer o próximo passo.
O esconderijo fica ali adiante,
Pertinho da lareira,
Onde não é preciso contorcionismos.
Espalharam-se meninas e bonecas pelo chão
Entre sombra e bobagens puras e doces
De poucos anos de vida.
Mamãe, mamãe! Não deixe que ela fique verde
Entupida de prontidão e afazeres
Diante da falta daquilo que não a quer.
Irá ganhar do diabo que está há poucos minutos.
Chama de fogo vira gelo perto do verdume:
O anti-horário está por vir.